ANA E O ANJO NEGRO
O bem e o mal sempre existiram desde o começo dos tempos
Deus reina os céus como senhor absoluto soberano de tudo e de todos, afinal tudo e todos, foram criados por ele e junto ao todo poderoso rei dos reis, estão os anjos do senhor que são a mediação entre o céu e a terra. Os anjos serviam a Deus com, toda a sua obediência, e sabedoria infinita, no entanto mesmo no reino dos céus a ganância, a sede de poder e o querer sempre mais e nunca estar contente com o que se tem, aconteceu.
Uma vez existira um anjo que era o mais lindo o mais obediente, entre todos e que um dia pensou que poderia ter o seu próprio reino, e com essa atitude cometeu o seu primeiro pecado, desobedeceu a Deus, então o castigo veio, pois ele conseguiu corromper também os outros anjos. Tendo ele ficado muito zangado com a punição severa a qual foi sujeitado, resolveu então criar o seu próprio reinado tendo como aliados os outros anjos pecadores, outrora expulsos juntamente com ele, assim eles criaram um reino a base do terror, do medo, do ódio, da inveja e de toda a maldade que impera no mundo dos homens, criou-se então o reino das trevas.
O anjo caído juntamente com seus aliados - antes anjos, agora demônios - foi justamente para o oposto dos céus, das alturas e da luz, foram para as profundezas das trevas, e foi denominado inferno, assim nasceu o reinado de Lúcifer, o anjo negro, conhecido desde o inicio da humanidade até os dias de hoje popularmente como Diabo.
CAPÍTULO 1
Um dia em seu reino Lúcifer pensou:
- Vou descer para terra fazer algo diferente, vou eu mesmo caçar novas almas, estou cansado de trazerem somente almas de bandidos, assassinos, agora estou pensando em algo melhor, ir à terra para trazer o que é mais valioso para o Criador, esse desafio vai mostrar que eu também, tenho poder.
Lúcifer chegou numa manhã, ensolarada, disfarçado num belo homem. Seus olhos eram negros, de uma frieza profunda como se fosse um abismo sem fim.
E foi naquela manhã que ele viu uma linda moça sentada num banco de praça e logo pensou:
- Ai esta a minha primeira presa, a minha vítima, levarei logo esta alma comigo.
Lúcifer chegou sorrateiramente ao lado da moça, e perguntou tentando uma comunicação mais sociável.
- Porque choras?
Ela surpresa olhou para ele respondendo.
- Não estou chorando, estou apenas pensando.
- Como te chamas? Perguntou ele.
E ela respondeu.
- Eu me chamo Ana. Ela logo se levantou e disse:
- Perdoa – me, eu não posso ficar falando com estranhos. E dirigiu – se caminhando até o outro lado da rua, tranquilamente.
Ele a seguiu e falou:
- Espere, por favor, eu não queria perturbar, apenas ser gentil, eu nem me apresentei a você.
Mas Ana nem ligou deixou aquele desconhecido falando sozinho atravessou a rua, ela abriu a porta que fez um ruído estranho, e entrou.
Quando ele percebeu estava em frente a um casarão antigo, onde estava uma placa pregada na frente do casarão.
ESTADIA DAS FILHAS DE MARIA
Olhando a placa e mal-humorado, pensou:
- Você está bem guardada ai dentro, e desde hoje já me pertences, és uma alma destinada a mim. Então como num passe de mágica ele desapareceu em meio a uma nuvem de fumaça.
Capítulo 2
Ana estava ali para estudar. Era uma residente, ali as meninas filhas de Maria se hospedavam, eram selecionadas e para as mais devotas era a primeira passagem de fé e coragem.
Ana era bela, com seus cabelos negros, olhos azuis, lábios carnudos e rosados, pele sedosa, sua estatura era mediana, sua voz era suave como uma melodia angelical e era uma moça muito feliz.
Ana foi para a Estadia das Filhas de Maria porque amava Deus, acima de tudo e queria servi-lo para sempre.
A madre Maria chamou Ana quando a viu passar.
- Ana onde você esteve minha filha? Você sabe que não podes sair sozinha, a rua é muito perigosa para uma moça como você.
Gentilmente ela respondeu.
- Me perdoa eu não queria lhe causar aborrecimentos com a minha saída. Só fui ali ao outro lado da rua, na praça eu não me demorei , desculpa - me irmã Maria.
A bondosa freira respondeu:
- Vá Ana se lavar para o lanche da tarde. E Ana foi.
Em seu reino, Lúcifer mais uma vez pensou:
- Vai ser você Ana, o troféu que trarei para o meu reino.
No outro dia Ana foi para sua aula de jardinagem. Suas flores prediletas eram: rosas, amor perfeito e margaridas, para ela eram as flores mais singelas e puras, que mostram sinceridade e amor a Deus. Ela colheu algumas e fez um pequeno buque levou aos pés da Virgem Maria que tinha na entrada da porta que dava para o jardim. Sorrindo para Virgem Maria ela rezou, agradeceu a Santa e a Deus por ser uma pessoa feliz. Olhando para Santa, e como que por encanto, Ana viu a Santa sorrir para ela, a fé era tanta que ela logo compreendeu que a Santa iluminava o seu caminho.
Assim passaram os dias, e Lúcifer estava ansioso, tinha achado a sua vítima. Ana estava sentada no jardim sem notar que estava sendo observada, se ela pudesse ver aquele ser repugnante, mas era apenas uma sombra maldosa, querendo dar seu golpe final.
Em seguida ele se materializou naquele magnífico homem e aproximou – se. Ela se assustou.
- Como você entrou aqui? Por favor, vá embora. Se alguém ver você aqui vão expulsar você daqui .
Ela respondeu:
- Não minha santa, eu apenas vim ver você. Achei você muito triste então resolvi procurá-la, eu não vou fazer mal a você, apenas quero ser seu amigo e nada mais.
Ana se acalmou e perguntou:
- Como te chamas?
Era a primeira vez que ele sentira Ana calma, ele pensou:
- Não posso dizer o meu verdadeiro nome e que tenho vários nomes, então ele falou:
- Lucio.
- Que estranho, por um momento pensei que tinha o nome de um anjo. Falou Ana.
Ele riu e respondeu:
- Quem sabe o nome Lucio foi de um anjo e hoje ele governa uma grande legião.
De repente ela sentiu um arrepio que atravessou a sua espinha dorsal. Que enigma seria aquele homem? Será que ele precisa de ajuda? Ana mais uma vez olhou bem dentro dos seus olhos, e mais uma vez ela sentiu algo inexplicável como um aviso:
- Não se aproxime deste homem, se afaste dele! Mas, aqueles olhos negros tão enigmáticos, tão frios, precisavam de calor humano e fé.
Depois de certo momento ela se despediu dele e foi.
Capítulo 3
De manhã as moças se ajuntaram para o café, elas eram estudantes do último ano, Ana estava no seu primeiro ano, todas eram lindas, radiantes, carinhosas uma com as outras.
Luzia era loura, sorridente. Catarina era morena, de pele muito branca e olhos claros, também era seu primeiro ano, as outras moças. Sandra, Carmem e Lurdes estavam em seu segundo ano, e o restante delas estavam esperando o fim - de - ano para se formarem e ir para o convento, começar os votos e aliança com Deus.
Na manhã seguinte, Ana mais uma vez saiu para rua, junto com as outras meninas para levar pãezinhos para as crianças carentes do parque. As pobres crianças estendiam as mãos e recebiam seus pãezinhos, contentes se retiravam, quando de repente alguém estendeu as mãos e falou:
- Eu também preciso de ajuda e amor.
Ana olhou para aquele homem e viu Lucio sorrindo para ela, seu coração também sorriu. Ela colocou um pãozinho na palma de sua mão, as outras moças se dividiram umas ajudavam Ana servindo suco de limão e outras conversavam com as crianças. Ana sentiu pena de Lucio, e ali mesmo, ele tentou persuadi-la.
- Ana, vamos nos sentar um pouquinho para você descansar, falar sobre a sua religião.
Ana ficou contente, ela gostaria de ajudar Lucio a crer em Deus, então ela sentiu que poderia ensinar alguma coisa a ele, ensinar que Deus é a essência de tudo. Sentaram em um banco e Ana começou a evangelizar Lucio. Explicava tudo a ele e citou algumas passagens da bíblia, falou sobre seu amor a Deus.
Lucio começou a sentir ciúmes. Como ele gostaria que Ana dissesse o oposto daquele comentário.
Numa tarde Ana estava sentada no jardim com seu livro de orações em suas mãos, quando de repente, ela viu Lucio ao seu lado, e se assustou.
Ana perguntou:
- De onde você veio? Você surge e desaparece do nada. Quem é você?
Lucio respondeu.
- Vim de um lugar muito longe, e que você nem imagina que exista.
Lucio fixou aquela face cheia de bondade, humildade, e amor a Deus.
Que alma, que luz era aquela, tão fácil tocá-la - pensou ele – seria um belo troféu, eu faria tudo para tê-la em minhas mãos.
Ana sorria, faria tudo para Lucio conhecer as palavras de Deus.
O tempo foi passando, Ana sempre arrumava um jeito para estar junto a ele, para tentar despertar a vontade nele de conhecer a palavra de Deus. Ela falava de sua fé em Deus e cada vez Lucio zombava dela sem ela perceber.
Foram meses de tentativas tentando colocar amor e fé naquele coração. Lucio pegou as mãos de Ana e disse olhando bem dentro dos seus olhos:
- Ana ama-me, preciso do teu amor, por favor, eu preciso de você!
Mas Ana só conhecia um amor: A sua fé em Deus.
Lucio puxou-a para si e sentiu o coração de Ana bater forte. Ele ficou desnorteado.
Ana soltou-se dos braços dele e saiu correndo e ele simplesmente desapareceu.
Ana chegou ao seu quarto, trêmula, o que estava acontecendo com ela, seu coração parecia que ia sair pela boca, então ela começou a chorar e rezar.
Capítulo 4
Ana levantou-se cedo foi à capela rezar, não entendia o que estava acontecendo com ela, rezou bastante pedindo proteção a Nossa Senhora, porque estava com medo, mas se a missão dela fosse essa, então ela iria até o fim.
Na manhã seguinte depois do café Ana dirigiu-se para o jardim e colheu lindas margaridas iria levar até a capela para oferecer a Virgem Maria, colocou-as em um vaso de vidro em frente à Santa, ajoelhou-se e começou a rezar, estava angustiada, ela queria paz e só a Santa poderia dar essa tranqüilidade que Ana estava procurando, rezou muito, levantou a cabeça, olhou para a Santa para agradecer e ficou perplexa com que estava acontecendo. Dos olhos da Virgem estavam correndo lágrimas, simplesmente como aquilo poderia estar acontecendo. A Santa estava chorando por quê?
Chegou bem perto da Santa passou as mãos no rosto da virgem, tentando secar seus olhos foram apenas duas lágrimas que saíram dos olhos da Imaculada.
- Oh minha Virgem, porque choras? O que está acontecendo? E mais uma vez Ana ajoelhou e rezou.
Mais um dia se passou e Ana estava triste, não tirava da cabeça o que tinha acontecido, sabia a sua intuição estava certa tudo tinha ligação com Lucio.
Ela sentia que alguma coisa estava para acontecer. Sua tristeza vinha do fundo de sua alma.
- Oh Deus dai-me força e coragem! Colocaste está missão em minhas mãos então Senhor serei Vosso instrumento aqui na terra.
Enquanto isso Lúcifer estava na escuridão do seu domínio para poder refletir melhor sobre o ocorrido. Ele era esperto, logo levaria aquele troféu para lá.
Sentado em seu trono a imagem da besta era assustadora, era enorme, seu corpo era peludo, seus olhos esbugalhados e avermelhados, em sua cabeça dois chifres, sua boca salivava com seus enormes dentes caninos para fora da boca.
Tentando dominar a situação, dizia para si mesmo:
- Eu sou o rei absoluto do mal, da dor, da destruição, como posso sentir o meu peito doer, essa agonia que me consome essa vontade de possuir essa alma! Eu vou levar ela sim comigo e vou fazê-la sofrer até eu me cansar dela! Começou a gritar aos quatro cantos para que todos os seus servos ouvissem em bom tom.
Em seu trono Lúcifer estavam perante seus escravos, muitas almas servindo o senhor das trevas. A aparência de seus escravos era monstruosa, suas peles eram avermelhadas, oleosas, seus olhos eram grandes descomunais, seus dentes eram afiados, aqueles seres eram aberrações, e vários que nem aqueles caminhavam gritando e se arrastando como animais, aquele lugar era maldito, tinha almas recentes e outras já estavam servindo Lúcifer há muitos séculos. O lugar exalava cheiro forte de podridão e enxofre, o lugar todo ardia em chamas, correntes prendiam outras almas, aquelas que tentavam fugir. Elas choravam pediam para voltar, não queriam estar naquele lugar horrível, maldito.
Nisso chegou um ser, um soldado do mal. Dirigiu e fez uma reverencia a Lúcifer que mandou ele se aproximar e aquele ser falou no ouvido dele deixando ele muito irado com o que ouviu e, em seguida o soldado falou:
- Meu mestre eu irei buscar essa alma para o senhor. Dai-me o seu comando que logo ela estará no reino e conhecerá a dor mestre. Eu a trarei na ponta do meu machado e a colocarei na ponta do seu tridente!
Lúcifer respondeu:
- Essa alma é minha! Só eu porei a mão nela! Não quero ninguém pondo suas mãos imundas nela! Ouviu! Não se atreva, só eu posso tocá-la. Quero tocar aquele corpo e possuir a alma dela, transformá-la em minha escrava. Ela me servirá por toda a eternidade e, na eternidade quando eu me cansar, então a jogarei nas chamas da fornalha.
Lúcifer estava radiante, sabia que faltava muito pouco e que nada iria atrapalhar.
Capítulo 5
Numa manhã de domingo, todas as moças estavam reunidas na capela para a missa que acontecia uma vez no mês. Padre Simão era quem sempre vinha rezar a missa do mês e as moças rezavam com muita devoção. E o querido Padre levantou a Hóstia Sagrada e falou:
- O Corpo de Cristo! E colocou na boca, em seguida levantou o Cálice Sagrado:
- O Sangue de Cristo! E bebeu.
Com o guardanapo, limpou o Cálice e guardou.
- Que Deus esteja convosco;
- Ele está no meio de nós.
- Corações ao Alto.
- Nosso coração está em Deus.
- Damos Graças à Nosso Deus.
- É o nosso dever e nossa Salvação.
- Vão em paz e que o Nosso Senhor vos acompanhe.
- Amém!
O Padre abençoou as moças e dirigiu-se a Ana:
- Eu quero falar contigo minha filha.
Depois de alguns minutos o Padre já estava livre, dirigiram-se para o jardim e sentaram num banco próximo a uma Santa.
O Padre perguntou:
- Ana minha filha, o que está acontecendo? Percebi que andas triste, com olhar perdida e pálida, quer me contar o que esta incomodando você? Antes você era alegre, disposta, cheia de fé, você não quer conversar milha filha? Podes falar o que esta acontecendo, estou aqui para te ajudar. O Padre a olhou bem dentro dos seus olhos e transmitiu toda a confiança que Ana precisava sentir por ele. Ana então contou toda a verdade desde o começo, a forma como conheceu Lucio, que havia jurado que o evangelizaria que levaria o Santo Nome de Deus até aquela pessoa sem fé.
- Mas padre está tão difícil ele aparece e some diversas vezes, eu não o encontro, porém ele me encontra sempre.
O Padre Simão achou estranha a história de Ana já que ela não tinha permissão para falar com estranhos e como aquela pessoa tinha acesso a Estadia das Filhas de Maria? E o Padre com gentileza respondeu a ela.
- Ana você não pode falar com estranhos. Você nem sabe quem é essa pessoa só sabe que ele se chama Lucio e poucas coisas ele falou para você, ele é um adulto você é simplesmente uma menina, por favor, não converse mais com essa pessoa deixe eu primeiro vê de quem se trata. Falou o Padre.
- Eu acho que essa é minha missão, o senhor não diz que devemos levar a fé e o nome de Deus perante toda a humanidade? Disse Ana.
O padre procurou a madre para conversar. Eles foram para a biblioteca dialogar.
- Então madre, o que a senhora acha desta história? Perguntou o padre depois de ter contado toda a história de Ana.
A madre respondeu:
- Padre, eu nunca vi esse homem, respondeu a madre. Espere um pouquinho Padre Simão, me deixe pensar... Ah sim, uma vez eu me lembro que alguém estava conversando com Ana no parque, foi naquele dia em que as meninas foram ao parque levar lanches para as crianças, mas logo em seguida ele se foi. Eu repreendi Ana para que ela não falasse com estranhos.
- Pois é madre, Ana continua a falar com esse estranho. Ela falou em evangelizar catolicamente esse homem, a única coisa que ela sabe dele é o nome, Lucio.
Nisso a madre sente um arrepio gélido subir a sua espinha, como se fosse um presságio de algo ruim que estava para acontecer.
- O que vamos fazer? Disse a madre.
- É madre, todo o cuidado é pouco, por favor, fique de olho em Ana, sei que ela é uma menina muito comportada, mas nós não sabemos com quem estamos lidando. Falou o padre. Decidi ficar até resolver o problema de Ana.
Naquela noite Ana sonhou que estava num lugar muito lindo, sentia uma pureza no ar, muitas flores em volta dela de todas as cores, feliz ela começou a percorrer aquele lugar. Caminhou muito até que repentinamente ela parou e avistou ao longe alguém se aproximando.
- Quem será? Ana pensava, e quando estava próximo dela, ela conseguiu enfim enxergar quem era. Ela avistou um lindo Anjo, suas asas se abriram e como num encanto o anjo lhe falou:
- Ana, Deus todo o poderoso esta contigo e a Virgem Maria também. Ana avistou atrás do Anjo um lindo facho de luz, no qual surgiu a Virgem Maria. Como um raio de sol, o sorriso da Virgem Maria transmitia maravilhas, tão linda, tão Imaculada, com os seus braços abertos, ela foi se aproximando de Ana e a abraçou e falou:
- Minha filha, por mais que acredite que não vais vencer essa missão, continues porque o reino dos céus conta com a sua vitória.
Ana acordou naquele momento e sorriu, adormecendo novamente.
Capítulo 6
O Padre Simão levantou muito cedo foi para capela rezar, porque precisava da ajuda de Deus alguma coisa estranha estava para acontecer ele sentia e sabia que se tratava de Ana, ele tinha que resolver antes de ir embora para paróquia dele.
Chegou a tarde, Ana e as moças foram levar lanches para as crianças, ao chegar ao parque ela logo foi servindo os pãezinhos e as outras meninas serviam limonada, de repente Lucio surge em sua frente e arranca ela de lá, pois precisava vê-la, sentir o seu cheiro, falar com ela, mas nisso surge o padre e manda as meninas voltarem para casa.
Ana fica atordoada com a reação do Padre, mas obedece a ordem como as outras.
O Padre fica cara a cara com Lucio, e o Padre Simão pergunta:
- Quem é você e o que você quer com Ana?
Lúcifer responde com raiva:
- O que eu quero? Adivinha? E com os olhos cheios de cólera, com seu rosto se transformado naquele ser monstruoso e perverso:
- Quer saber o que eu quero seu Padre de merda? Pois eu quero aquela alma, eu quero fazê-la minha escrava por toda a eternidade, vou levá-la comigo e ninguém vai me impedir!
- Não, diz o Padre, eu não deixarei você tocá-la porque Deus está comigo, Deus vai defendê-la!
- Que Deus! Responde Lúcifer. Eu sou mais do que isso, sou o Príncipe das Trevas, te dou uma chance, vá embora e não me atrapalhe que te pouparei!
Mas o corajoso Padre enfrentou o diabo pegando a sua bíblia e um crucifixo na mão ele se defrontou com o Senhor das Trevas, falou umas palavras em latim, mas se sentiu enfraquecer, então achou melhor se retirar para avisar a Madre do perigo que Ana e as moças estavam correndo. Virou as costas e foi meio tonto se sentindo fraco e atravessou a rua, de repente surgiu do nada um enorme carro todo negro como se fosse uma carruagem, com seus cavalos negros todos adornados como aquelas carruagens fúnebres do passado.
O Padre conseguiu chegar até o meio da rua e viu aquilo de repente ele colocou as mãos no peito sentindo uma dor muito forte e foi a ultima coisa que ele viu porque o carro vinha em toda velocidade e bateu nele, levantando ele para cima, em seguida ele caiu no chão sem vida, Lúcifer, não deu tempo para que o Padre avisasse a Madre.
Todos dentro da Estadia, onde morava Ana, ouviram o estrondo. Saíram apavorados para fora e viram o Padre estendido no chão em meio ao seu sangue ali esparramado. A Madre se desesperou, as meninas se abraçaram junto ao corpo e a Madre gritava desesperada:
- Vão, chamem a policia, os médicos, chamem alguém.
Logo em seguida chegou à polícia. Aquele dia foi horrível, parecia um sonho ruim para Ana e para todos.
Dois dias depois foi o enterro do Padre Simão, Ana estava exausta com o acontecido destes dias.
Ao chegarem, a Madre mandou todas as moças descansarem em seus quartos.
Ana ao chegar a seu quarto começou a se despir sem notar que ali havia uma sombra ameaçadora que estava a lhe espiar.
Lúcifer via cada peça de roupa que Ana tirava, ele se deliciava ao vê-la tão desprotegida, tão casta, tão pura e o seu desejo de possuí-la foi mais forte e ele resolveu.
- É agora que eu levarei o meu troféu!
De repente, Ana sentiu que não estava sozinha no quarto, sentiu que alguém a observava, mas sentada na cama ela olhava para todos os lados do quarto e não conseguia enxergar nada, mas Lúcifer não conseguia mais se controlar, seu desejo era tanto por ela que ele começou à se materializar e ali estava ele, como um homem não como a besta, Ana quando o viu levantou da cama e perguntou:
- O que você está fazendo aqui dentro do meu quarto?
Ele respondeu:
- Eu estou aqui para ajudá-la, eu sei o que aconteceu.
Ela respondeu:
- Mas você não pode estar aqui! Como entrou?
Mas ele se aproximou dela, tirou a toalha que ela havia usado para cobrir seu corpo. Ana estava petrificada com a atitude de Lucio.
Ele simplesmente tomou-a nos braços e começou a alisar e beijar cada centímetro do seu rosto deixando Ana atordoada, ela já não tinha mais forças para se livrar dos braços dele ela nunca tinha sentido essas emoções. O que estava acontecendo com ela? Lucio estava louco, beijava e falava sem parar:
- Vou te levar comigo, você é minha! Desde que a vi te quero.
O desejo dele era tanto que despertou Ana daquela loucura e ela começou a lutar.
- Não! Largue-me! Saia do meu quarto! Nããããããão!
- Você me pertence! Eu quero você! Dizia ele:
Ana gritou por Deus, chamou, pediu ajuda, mas o socorro não chegava, e Lucio dizia:
- Não adianta chamá-lo, ele não pode mais socorrê-la!
O corpo de Ana já estava nas mãos de Lucio pronto para ele possuí-la, quando de repente, como um milagre ela consegue se desvencilhar das mãos dele e corre para porta, mas ele a alcança e a puxa pelos cabelos, louco de raiva ele atira ela em cima da cama, mas Ana não é em cima da cama que Ana cai. Ana caiu e bateu a cabeça na quina da mezinha, uma mesa muito antiga que fora feita de madeira maciça.
Lucio se abaixa junto dela, levanta sua cabeça e a chama:
- Ana, Ana! Mas Ana não responde e ele percebe um filete de sangue que corre entre seus cabelos e sente que o coração de Ana parou de bater. Então ele grita:
- Isso não pode acontecer!
Então ele se desespera.
Desesperado ele pega o corpo inerte de Ana e a levanta para cima, e vê todo o quarto se iluminando numa luz celestial. Lucio abaixa-se e coloca o corpo de Ana no seu colo, mas aquela luz continua a aumentar e, como uma mágica o corpo de Ana começa a se transformar, seu corpo começou a flutuar e um facho de luz sai de seu corpo começando a transformá-la num lindo Anjo. Lucio fica perplexo não entendendo o que esta acontecendo.
O Anjo olha para Lucio, lhe sorri, abre as asas e sai voando por aquele facho de luz que entra pelo teto do quarto. Foi quando Lucio se deu conta do que estava acontecendo.
Lucio assume sua real aparência transformando-se no Anjo Negro, com suas asas negras e aparência demoníaca, ele segue o anjo sai atrás batendo suas asas. Quando chegam a seu destino, o Anjo entra, mas Lúcifer fica para o lado de fora, então ele, Lúcifer se dá conta que ele está na porta dos céus tentando entrar, mas o guardião das portas do céu gritou:
- Saia daqui! Esse não é o seu lugar! Você não pode vir até aqui! Vá embora!
- Não! Respondeu ele. Eu preciso entrar, eu preciso ver ela, falar com ela, por favor.
- Ora! O guardião responde. Lúcifer o Rei das Trevas nas portas do Reino dos Céus pedindo para entrar, para falar com o Anjo que ele atormentou na Terra, que a perseguiu que a iludiu querendo levá-la para as profundezas do Inferno como um troféu, querendo escravizá-la por toda a eternidade. É esse ser que hoje está nas Portas dos céus tentando entrar. Você é proibido de entrar aqui.
E Lúcifer respondeu:
- Eu a quero, preciso dela para levá-la comigo, eu a farei minha rainha, dividirei o meu reino com ela.
Então, de repente, surgiu uma voz estrondosa e uma luz divina, respondeu:
- Saia daqui!
- Não, por favor, eu peço, eu imploro, me deixe entrar, eu preciso ficar com ela, falou Lúcifer.
E Deus respondeu.
- Não, logo você que um dia foi o Anjo mais lindo, mais sábio, teu nome já revelava, eras o Anjo da Luz, mas a tua ambição, o teu querer ser EU, de querer assumir o Meu trono, o Meu lugar, fez com que Eu lhe expulsasse do Meu reino juntamente com todos os seus seguidores, e achas que Eu já não sabia o que você estava planejando. Foi por isso que Eu mandei um Anjo em forma humana. Existe ainda muita gente pura na Terra, Eu não iria deixar você corromper a vida e a alma dessas pessoas, Eu sei tudo, nada passa despercebido diante de mim.
Então Lúcifer, pediu, implorou a Deus:
- Se você é tão misericordioso e não me aceita em teu reino, pois troco o meu reino e tudo que eu tenho para ficar junto dela.
Deus olhou para aquele ser tão asqueroso que até sentiu pena dele. Por milhares de anos nunca tinha visto Lúcifer descer tão baixo assim. Então Deus respondeu:
- Não Lúcifer, por milhares de anos você representa o mal que sempre existiu. E o bem sempre permaneceu diante do mal, é o equilíbrio da existência de tudo, as coisas têm que continuar assim, porque tudo tem um nexo, se Eu mudasse esta parte, tudo terminaria a luz e as trevas não existiriam mais, nem o bem nem o mal podem deixar de existir é o equilíbrio, a humanidade pagaria um preço muito caro. Eu salvo a humanidade e mando você para as profundezas do Inferno, tudo tem que continuar como está, foi você que um dia fez a sua escolha e hoje tudo se torna igual, isso serve para que todos saibam que o bem e o mal sempre vão existir e, cada um tem o seu livre arbítrio para escolher em que lado está, até porque o mal sempre tentará persuadir o bem.
Assim, Lúcifer desolado, derrotado, voltou para o seu reino e mais uma vez ele perdeu a batalha do mal contra o bem.
Fim
Muito lindo o conto! Esta ótimo!
ResponderExcluirbom o conto é + ou - pois tem um final muito obivio tente surpriender na proxima vez.bjos
ResponderExcluirEu achei q ta otimooo vc tem talento^^
ResponderExcluireu gostaria que ana e lucifer vivesem juntos no çeu e que nao esisteçe mas o mal na terra !!
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